DOENÇA DESCOMPRESSIVA (DD) Interações na solubilidade gasosa (Lei de Henry).
A doença descompressiva por definição é um quadro sindrômico consequente a uma descompressão inadequada ou omitida de um mergulho ou atividade hiperbárica utilizando mistura gasosa comprimida composta de um ou mais gases inertes, cujo principal pode ser o nitrogênio, o qual leva à formação de bolhas de gás inerte que, em último caso, conduzirão a uma obstrução vascular, à compressão e distorção tecidual.
O quadro clínico da doença descompressiva é proporcional à profundidade (intensidade da exposição) e ao tempo de fundo (tempo de exposição), é insidioso e de início tardio, variando de minutos, normalmente mais que dez, até horas e dias, seu prognóstico é normalmente benigno.
As tabelas de mergulho ou atividade hiperbárica possuem uma grande margem de segurança, porém mesmo cumprindo-as a risca não se está de todo livre de tal doença, isto se dá porque se tenta calcular um fenômeno biológico com uma imensa gama de variáveis com cálculos algorítmicos e matemáticos, dando chance ao erro. Essa imensa gama de variáveis ocorre de um indivíduo para o outro, e até no mesmo indivíduo de dia para dia, o que se tenta é minimizar ao máximo os riscos.
Até que se prove ao contrário, distúrbios ósseos, articulares, cutâneos, musculares, ganglionares ou neurológicos de qualquer espécie advindos após mergulho utilizando mistura gasosa comprimida deve ter como diagnóstico diferencial a doença descompressiva.
Qualquer fator que possa alterar o transporte de gás inerte, facilitando a sua fixação ou acelerando demasiadamente a sua eliminação pode predispor a doença.
O primeiro estudo da descompressão ou teoria da descompressão foi realizado por Hal dane (fisiologista inglês) em 1908, e ficou conhecido como “Método de Haldane”, é um conceito básico onde se estima matematicamente a completa saturação gasosa de um tecido em uma dada profundidade constante ou pressão, e qual a máxima diminuição dessa pressão (descompressão) sem que ocorra surgimento de bolhas de gás inerte em quantidade suficiente para alterar a função ou lesar o tecido, este método gerou as tabelas precursoras das atuais. Sendo assim o coeficiente desta diferença ou “Coeficiente de Haldane” é a máxima diferença de pressão parcial entre o gás inerte dos tecidos orgânicos e do meio ambiente que não provoque a formação de bolhas patológicas (doença descompressiva).
A doença ocorre quando a velocidade de descompressão excede a capacidade do organismo de eliminar o excesso de gás inerte, através dos processos de difusão e perfusão.
Variáveis da dissolução gasosa: Capacidade de solubilidade do gás inerte, temperatura, perfusão tecidual.
Fatores predisponentes: Exercício realizado no fundo e durante a descompressão, água fria, traumatismo recente, obesidade, retenção de gás carbônico, idade, ingestão de álcool, tabagismo, estado febril e doenças prévias, desidratação e fadiga.
Fatores determinantes: Profundidade e tempo de fundo.
Classificação: A doença descompressiva, de acordo com a gravidade de seu quadro clínico, é classificada em DD tipo I, DD tipo II.